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PAIAÇÚ, um cântico pela interculturalidade no Museu Regional de Beja

i 12 Abril 2016 Actividades

cartaz%20Paiaçú%20BejaPAIAÇÚ, um cântico pela interculturalidade, na Igreja do Convento Nossa Senhora da Conceição, em Beja. Dia 17 de Abril (domingo) pelas 18.00h

PAIAÇÚ é um sermão de sermões de Padre António Vieira, que ao longo da representação se transforma num hino ao diálogo entre os povos, conciliando os textos do século XVII com cânticos dos séculos XX e XXI, interpretados por Sílvia Filipe, e que expressam diferentes manifestações de fé popular e diferentes lutas dos povos contra ditadores e exploradores, sobretudo na América Latina e em África, mas não só.

PAIAÇÚ é uma performance singular pois dá a oportunidade ao ator João Grosso de representar do púlpito da Igreja do Convento Nossa Senhora da Conceição. Segundo João Grosso “é totalmente diferente estar num palco ou no púlpito da Igreja. O tempo de reverberação é menor – o som bate na parede lateral mais rapidamente e depois espalha-se pela nave. É muito interessante porque existe um envolvimento físico, o som envolve o corpo todo. E esta experiência emocional é muito importante no século XVII onde se valorizava de sobremaneira a componente representacional, emocional e dramática”. E que os espetadores do próximo domingo, na Igreja da Conceição, podem também sentir. “Pois não se trata de falar de boca a ouvidos, mas trata-se de falar de corpo para corpo – O Som unifica tudo. Em teatros isso não é possível, só em determinados espaços de igrejas e a Igreja do Convento da Conceição tem esta caraterística”.

O sucesso que PAIAÇÚ tem alcançado, não só em Lisboa mas também em outras cidades, demonstra, em parte, que a sociedade portuguesa continua a identificar-se com os sermões de Vieira – na esperança de uma cidadania mais responsável e justa, na construção de um mundo melhor.

A sobriedade de PAIAÇÚ, as suas interpretações de excelência, o contexto da Igreja do Convento da Conceição, homenageiam a qualidade literária das suas palavras e apelam a uma reflexão íntima que proporcionando paz interior a cada espetador, desperta a sua consciência para um sentido urgente de responsabilidade social e humanista.