Fernando Nunes Ribeiro

PLACA IDOLO MEGALITICOEsta Colecção, doada à cidade de Beja em 1987, é fruto do trabalho de mais de quarenta anos dedicados à pesquisa e investigação arqueológica. Constitui uma das mais importantes colecções particulares de Arqueologia e é um testemunho importante da presença do Homem, desde há milhares de anos, na região alentejana.

Em 1989, o Museu Regional de Beja reabre o seu 2º piso com a exposição sobre  a colecção arqueológica de Fernando Nunes Ribeiro. Nela procura traçar-se uma panorâmica da arqueologia no Distrito de Beja. Pela sua riqueza, merecem particular destaque as colecções do Bronze do Sudoeste, da Idade do Ferro e da Época Romana.

Numa pequena incursão pela Pré-história, apresentam-se um conjunto de artefactos litícos  de tipo Languedocense, bem como, um conjunto de peças de períodos mais recentes da nossa Pré-história, dos quais se salienta um vaso raro de boca elíptica, uma figura antropomórfica em xisto, machados de pedra polida e uma colecção de pontas de seta em sílex, que realçam a importância de uma economia de caça. Da Idade do Bronze, destaca-se um conjunto de vasos em cerâmica de S. Vitória e um importante conjunto de lápides decoradas com armas e utensílios, pertencentes a uma cultura que hoje denominamos por Bronze do Sudoeste. Esta cultura assenta numa economia sedentária, baseada na agricultura, criação de gado e exploração mineira. Da Idade do Ferro, fazem parte um conjunto de lajes com a mais antiga forma de escrita na Península Ibérica. Conhecida como escrita Ibérica, mantém-se até hoje indecifrável, apesar dos inúmeros estudos efectuados por especialistas de diferentes áreas.

LAPIDE DA IDADE DO FERROO espeto em bronze, que também pertence a este período, aguarda igualmente um profundo trabalho de investigação. Contudo, estudos preliminares apontam para a sua utilização em cultos religiosos.

Os inúmeros achados da época romana, provam a importância da região alentejana na economia do império romano: terras ricas e férteis, minas de cobre ricas em prata e ouro, como por exemplo as de Vipasca – Aljustrel.

O espólio romano desta colecção – mosaicos, vidros, lucernasterra sigillata, cipos, aras, armas, moedas – tem a sua proveniência essencialmente das villaes. Estas, são explorações agrícolas onde muitos dos seus vestígios se encontram nos actuais montes alentejanos. Na exposição, faz-se também referência a um conjunto de achados encontrados no centro histórico da cidade de Beja e que ajudam lentamente a reconstruir a história da urbe. Finalmente, num último painel, traça-se um percurso da moeda no Alentejo , desde Alexandre O Grande até aos nossos dias. A moeda enunciada como um importante meio de troca de bens e serviços, e a sua importância nas relações económicas com dos diferentes povos e culturas , ao longo dos séculos.