FUTURAMA – Exposição | Performance
16 de junho | 20h
Núcleo Visigótico do Museu Rainha Dona Leonor (Igreja de Sto. Amaro)
INSULARIDADE (performance)
O meu corpo é uma ilha.
Como ilhas suspensas somos corpos à deriva entre as leis dos humanos e os desígnios da natureza. Simone de Beauvoir disse que “ser livre é também querer os outros”.
O pote é um símbolo do mundo. Ao carregar o pote à cabeça recrio as mitologias. Assumo o lugar de Atlas, propondo uma mulher como pilar que sustém o mundo e o nutre. Mulher axis mundi. Caminho entre o solo e o céu, entre uns e outros, estabeleço pontes e trânsito entre mundos. Sou mulher e transporto o mundo à cabeça, simbolicamente representado num pote de água que é coroa. Quero que me vejam e observem. Quero caminhar na direção do interior de quem me olha, para libertar, para lembrar que somos seres iguais e todo o espaço nos é comum. Mulher pote e caminho.
A fotografia como meio para um ensaio sobre a condição do humano em trânsito entre o que ficou e o que será. A minha pele não é diferente da tua. Caminho com um pote à cabeça transportando identidade pelo território urbano. Fotografo o meu corpo que é ilha em conjunto com outros corpos. Suspendemos o pote bem alto, somos o futuro e o sul é o nosso norte.
Esta é a minha luta: por isso insisto em processos de valorização, nos acordos coletivos de trabalho, na equidade e nas muitas dúvidas sobre a meritocracia. Afirmo a importância da mulher, da minha utopia de viver na eterna luta que é causa para a revolução cultural e social. Não se ensina a liberdade, mas, incute-se o medo e o perigo do confronto condicionado e sem voz: continuarei a sofrer por todas as mulheres condicionadas por todas aquelas impedidas de ousar viver em liberdade de viver a plenitude da sua própria verdade.
Performance e instalação fotográfica INSULARIDADE
Ficha Técnica:
Autoria: Jacira da Conceição
Performer: Jacira da Conceição